Tradição do carnaval, Bafo quer deixar para trás anos de dificuldades.
Bloco do Catumbi mantém acesa rivalidade com Cacique de Ramos.
O Bafo da Onça reuniu 6 mil pessoas no desfile de 2011 e a previsão do presidente do bloco do Catumbi, Capilé, é arrastar cerca de 8 mil foliões na terça-feira de carnaval (21) com marchinhas e sambas-enredo. Na preparação para o carnaval, famílias inteiras participaram das rodas de samba que acontecem nas tardes de domingo.
A paixão pelo Bafo começa desde cedo. “Eu sou Bafo da Onça desde a barriga da minha mãe. Meus tios, meus avós, todo mundo saía no Bafo da Onça”, garante o cantor Toninho Azevedo. “É muita paixão mesmo. Morar dentro do Bafo da Onça e conseguir ser componente da escola é muito bom. Está dentro do coração”, diz a rainha de bateria, Sônia Izidoro.
De dezembro de 2011 a fevereiro de 2012, O G1 acompanhou parte da preparação dos principais blocos de rua do Rio de Janeiro. Dos grupos mais tradicionais aos mais recentes, ouvimos músicos e foliões que reescrevem a história do carnaval na cidade. O resultado você pode conferir no vídeo acima.
Bloco Bafo da Onça desfila pelas ruas do Centro do Rio (Foto: Arquivo do Bafo da Onça)
O tradicional bloco de empolgação surgiu em 1956, quando terminou o Gonçalves, um bloco do Catumbi, no Centro do Rio. Capilé conta que Sebastião Maria, o fundador do bloco, saía vestido de onça, com a cabeça do lado de fora. As mulheres e as crianças saiam, em fila, no lado esquerdo, enquanto os homens desfilavam do lado direito.
As mulheres e crianças saíam, em fila, animando o bloco (Foto: Arquivo do Bafo da Onça)
O Cacique sem o Bafo não é nada e o Bafo sem o Cacique também não é nada"
Capilé, presidente do Bafo da Onça
A rixa com o Cacique de Ramos também é histórica, afinal ambos disputavam passo a passo a hegemonia na Avenida Rio Branco. “O Cacique sem o Bafo não é nada e o Bafo sem o Cacique também não é nada. A rivalidade era uma coisa que nos unia”, afirma Capilé. “Seria legal que a gente tivesse uma camisa de uma onça carregando um cacique na boca. A gente ainda tem essa rivalidade, mas é só de brincadeira”, diz o radialista Beto Azevedo.
Com a construção do Sambódromo, o bairro do Catumbi passou por uma série de mudanças e o Bafo da Onça perdeu parte da sua base de simpatizantes locais. “Por isso que nós ficamos em todo o Rio de Janeiro. Nós temos ala em tudo quanto é lugar. O Bafo cresceu mais ainda, mas prejudicou nossos ensaios”, lembra Capilé. Agora, a quadra fica na Rua Doutor Agra, 25, no Catumbi, na Zona Norte.
O tradicional bloco surgiu em 1956 e até hoje arrasta multidões pela Av. Rio Branco (Foto: Arquivo do Bafo da Onça)
“A gente briga, tem alegrias, mas a gente tá ali, com muita luta, com muita garra pra tentar colocar novamente o Bafo da Onça no local que nunca devia ter saído. O Bafo da Onça não é só Rio de Janeiro, não é só Brasil. O Bafo da Onça é conhecido mundialmente.”, ressalta Toninho.
Serviço
Desfile: Terça-feira de Carnaval, 21/02
Percurso: Avenida Rio Branco, da Candelária até a Cinelândia
Duração: 18h - 22h
Desfile: Terça-feira de Carnaval, 21/02
Percurso: Avenida Rio Branco, da Candelária até a Cinelândia
Duração: 18h - 22h
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