Papacaça - Aniquilada a Republica dos Palmares, em
1696, foi reiniciado o desenvolvimento da sesmaria, reorganizando-se
as fazendas, e, em seguida, ocorrendo a fundação
da FAZENDA DO PAPACAÇA.
Com o falecimento do Dr. Cristóvão de Burgos,
volta a sesmaria ao estado de inatividade, sendo adquirida
por compra pelo português de Braga, Manoel da Cruz
Vilela, depois Coronel, em 1712, como se vê do seguinte
Documento. "Aos 26 de julho de 1712, compareceram nesta
cidade de Salvador, Bahia de Todos os Santos, em pousadas
de mim tabelião, Antonio de Oliveira de Barbude,
o capitão Jerônimo de Burgos de Souza e Essa
(Eça), procurador da sua mulher, dona Elena de Oliva
e Melo, e Manoel da Cruz Vilela, Francisco Nunes e Alexandre
Pereira Peixoto, o primeiro como verdedor, o segundo como
comprador e os outros como testemunhas.
E ologo pelo dito vendedor, o dito Capitão Jerônimo
de Burgos de Souza e Essa, me foi dito, em presença
das testemunhas ao diante nomeadas e assinadas, que entre
os bens que tem e possuem seu casal e dita sua mulher, é
bem assim como na verdade, um sitio de terras de Nossa Senhora
do Desterro, pertencente à sesmaria dos Campos do
rio Mundaú, capitania de Pernambuco, o qual sítio
confronta pela parte norte com o rio chamado canhoto e.
a parte do sul, com as matas dos Palmares e pelo poente
com as terras do Padre Pedro Fernandes Aranha e dos Padres
Recolhetos, aonde chamam o mocambo da Negra Maria e confrotado
e desmembrado com quem mais dretamente deve e haja de partir
confronte e demarcar e assim da maneira que o possuem e
possuirão seus antecessores, disse ele vendedor,
o dito capitão Jerônimo de Burgos de Souza
e Essa e por sim como procurador da dita sua mulher, vendia
como com efeito logo vendeu, deste dia sempre, ao dito comprador
Manoel da Cruz Vilela, por preço e quantia de duzentos
e vinte mil reis.
O comprador foi judicialmente empossado da fazenda Papacaça,
em 20 de outubro de 1712, da fazenda Queimada dos Porcos,
em 27 de outubro , também da 1712, e da fazendo do
Burgo, no dia 31 de outubro do mesmo ano de 1712.
Uma vez assim empossado nesse imenso latifundio, fixou a
sua residência na fazendo do Burgo e iniciou o desenvolvimento
da propriedade com a organização de outros
sítios, tanto por sua propria iniciativa, como por
meio de arrendamento de trechos de terras a outras pessoas.
SÍTIOS
ONDE SE FORMARAM POVOAÇÕES QUE HOJE SÃO
CIDADES E SEDES DE MUNICÍPIOS, NA SESMARIA DOS BURGOS
Capítulo XI
1º
BOM CONSELHO, No local onde, ao tempo da república
dos Palmares, existiu o mocambo do negro Papacaça,
sobre o qual já nos referimos no capítulo
IV, foi depois, por herdeiros dos sesmeiros, iniciada a
organização de uma fazenda chamada Papacaça,
posteriormente interrrompida com a venda de todasesmaria
feita pelo Capitão Jerônimo de Burgos de Souza
e Essa, em 26 de julho de 1712, ao Coronel Manoel da Cruz
Vilea, conform se dissse no referido capitulo.
O dito Coronel prosseguiu na organização da
referida fazenda porém faleceu no ano de 1729, ficou
suspenso o seu desenvolvimento, e somente depois de ter
passado por herança de dona Maria Pereira Gonçaves,
viúva do falecido coronel Manoel da Cruz Vilela,
ao filho Antônio Anselmo da Cuz Vivela, a partir do
ano de 1774, sob cuja gestão teve prosseguimento.
Em 12 de janeiro de 1782, Joaquim Antônio da Costa,
e outros já estavam edificando a Capela de Jesus,
Maria e José, e daí por diante, a denominação
da fazenda foi sendo pouco a pouco substituida pela do Papacaça.
PAPACAÇA A execução dos orícios
da religão, relaizados na capela, sob a direçaõ,
a partir do ano de 1814, do Padre Antônio de Barros
Correia, deu lugar a que se formasse o povoado do Papacaça,
assim já chamado em 1817, como se vê deste
intróito: Anno de nascimento de Nosso Senhor Jezus
Cristo de mil oitocentos e dezecete, aos vinte dias do mes
de novembro do dito anno, neste Povoado do Papacaça
têrmo da Villa de Santo Antônio de Garanhuns,
da nova comarca do sertão em cazas de aposentadoria
do juiz Ordinario o Capitão Francisco de Godoy Vasconcellos...
escrivão jose Mauriciio da Costa.
DISTRITO
DE PAZ - Em 1833, a povoação
do Papacaça era sede de uma distrito de paz, tendo
como juízes da cidadaoes José de Barros Correira
e Luiz Porto Vilela, e em 1841 era criado o distrito pocilial
de Papacaça, exercendo o cargo de subdelegado o cidadão
Pedro Cavalcanti de Albuquerque. No ano de 1841, a capela
de Jesus, Maria e José, filiada à matriz de
Santo Antônio de Garanhuns, havia passado à
cateroria de matrizx da Própria Frequesia, da qual
era vigário o Padre João Cardoso.
ESCRIVÃO
- O cargo de escrivaão da subdelegacia do distrito
policial era exercido pelo mesmo escrivaõ de paz,
Luis Porto Vilela, que em 1843 seriva com o então
subdelegado Marcelino Pereira Guimarães. O cidaão
José Barros Correia era o juiz de paz, acumulando
o cargo de subdelegado durante os anos de 1844 a 1846, sendo
sustituído por Antônio Dias da Silva que o
exerceu até o ano de 1849, quando passou a Antônio
Anselmo da Cruz Veila.
AUTORIDADES
- Em 1853, o cargo de subdelegado era exercido por Luiz
Carlos da Costa Vilela, substituido, em 1855, por Pedro
Cavalvanti de ALbuquerque, o qual em 1850 o passou a Antônio
Anselmo da Cruz Vilela sendo servido, como todos os antecessores,
pelo mesmo escrivao Luis PortoVilela. Desde anos atrás
era vigario da Freguesia, em 1853, o padre Joao Clemente
da Rocha.
Nesse mesmo ano, datada de "POVOAÇÃO
PAPACAÇA, aos seis dias de abril de mil oitocentos
e cinquenta e três", os casais Antônio
Anselmo da Curz Vilela e Rita Julia da Costa, Inácio
Pinto Vilela e Bárbara Soares Vilela, pascoal Rodrigues
de Barros e Maria Barbosa Tavares e Pedro Antônio
da Costa e Maria Custódia do Amparo, assinaram em
conjunto uma escritura particular de venda e doação
de pequeno trechos de terras para a formaçãodo
"terreno onde hé formada a Igreja Calégio
e muro, denominado de Maria, que he cito no lado esquerdo
da estrada que desse para o mundo novo principiando ao pé
da serca que paça ao pé da estrada ao lato
sertão. A diocesse de Olinda foi representada por
Frei Caetano de Messina então Prefeito do Mosteiro
da Penha.
VILA - A povoação
do Papacaça, por lei número 476 de 30 de abril
de 1860, passou à categoria de vila, com a denominação
de Bom Conselho e, em 30 de abril de 1961, foi instalado
o município. Daí por diante, por influencia
da denominação do Colégio, foi a sua
denominação sendo substituída pela
de Bom Conselho,ate quem sendo elevada à categoria
de cidade, assim ficou oficial e definitivamete chamado,
o que não ocorreu com a Frequesia, que ainda hoje
vive sob a antiga denominação.
Ate 1824, o local onde esta situada a cidade de Bom Conselho
era fazenda de criação, pertencente a Antônimo
Anselmo da Costa Vilela, que foi seu primeiro povoados.
Poucos anos depois, foi erguida uma capela sob a invocação
da Sagrada Família, cujo fundador foi o capitão Matias
da Costa Vilela. E, 1837 foi Bom Conselho elevado a freguesia,
com o nome de Papa-caça, tendo sido a denominação
de Bom Conselho dada pela
Lei provincial no. 204, de 26 de junho
de 1848 e mudada por Frei Caetano de Messina.
A
cidade de Bom Conselho
tem população ordeira, clima ameno, boa localização
está distante 282 Km da capital do Estado de Pernambuco
- Recife. Bom Conselho fica na região do Agreste
Meridional, a sudoeste do horizontal Estado de Pernambuco,
fazendo fronteira com o Estado de Alagoas. A população
é festeira e constantemente promove encontros de
fé e de explosões de alegria. A maioria das
pessoas está ocupada nas tarefas de trabalhar e estudar.
Onde as famílias costumam freqüentar com assiduidade
as igrejas e templos religiosos. Este lugar existe no mapa
de Pernambuco e se chama Bom Conselho, também conhecido
como Papacaça. Seu maior patrimônio está
contido nos valores, na cidadania e na base cultural e educacional
da população. A história, a cultura,
a civilidade e o orgulho estão marcados espontaneamente
em cada esquina da cidade, nos monumentos e conjuntos arquitetônicos
dos logradouros públicos, nas manifestações
culturais e artísticas dos moradores.
Nesse
município, encontra-se muitos modos de expressar
a arte nordestina, seja através da fé - com
os santeiros - ou através da pintura primitiva, onde
se encontra o artesanato mais diversificado do nordeste.
Santeiros em arte barroca erudita, em madeira policromada,
pedra, cerâmica, vidro e vitrais tropicais. Apresentamos
ao país e ao mundo nosso potencial turístico:
a Ermida de Santa Teresinha,
uma das mais lindas igrejas de serra do Nordeste,
Colégio N. Senhora do Bom Conselho, fundado em 1853
e dirigido desde então pelas freiras da Congregação
do Frei Caetano de Messina, responsáveis diretas
pela formação intelectual e base educacional
de inúmeras gerações que por ali passaram.
O mais antigo colégio do interior pernambucano -
ladeado pelo Convento dos Capuchinos. Colégio São
Geraldo, Escola Frei Caetano de Messina e Centro de Educação
Coronel José Abílio (CERU). A Caverna dos
Holandeses e a Furna de Maria Dantas e Mirante de Santa
Terezinha.
O
município tem uma localização estratégica
É ponto privilegiado no corredor de riquezas do Nordeste.
Servido por uma malha viária de boa qualidade, está
distante 160 quilômetros de Maceió (AL) e 260quilômetros
de Aracaju (SE), interligando o Interior e a faixa do Agreste
nordestino através de Pernambuco à porta do
Sudeste. Outra característica é o seu microclima
- possui três regiões bem divididas: Sertão,
Agreste e Mata.
O
Sertão
faz fronteiras com os municípios de Saloá,
Iati (PE), Minadouro do Negrão e Palmeira dos Índios
(AL) e são desenvolvidas as culturas de sequeiro
comuns a esse tipo de clima. No Agreste, que abrange as
áreas fronteiriças dos municípios de
Terezinha e Saloá, predomina a pecuária leiteira
e o extrativismo vegetal característico daquela região
- pastagens, palma, café, algodão, milho,
feijão e leguminosas nativas.
A
Zona da Mata, pontuada de mananciais e florestas
remanescentes da Mata Atlântica, é um verdadeiro
oásis no semi-árido nordestino. Região
de clima ameno, fronteira com Lagoa do Ouro (em Pernambuco)
e Palmeira dos Índios e Quebrangulo (Alagoas), formada
por sítios e pequenas propri edades, é considerada
um dos maiores pomares naturais do Nordeste.
Sem
projetos de irrigação ou qualquer forma de
incentivo, a região produz café, mandioca,
macaxeira, inhame, batata-doce, jaca, caju, manga, carambola,
hortaliças e folhagens diversas que são comercializadas
nos mercados de Alagoas e Sergipe.
Administrativamente,
é formado pelos distritos de:
Bom Conselho (sede), Barra do Brejo, Caldeirões,
Lagoa de São José e Rainha Isabel, e pelos
povoados: de Logradouros dos Leões, Cachoeira do
Pinto e Igreja Nova.