Luiz Gonzaga do Nascimento nasceu na fazenda Caiçara na zona rural
de Exu na Serra do Araripe no estado de Pernambuco no ano de 1912, dia
13 de dezembro e foi além de um ótimo cantor, um compositor que fazia
músicas que fazem parte da cultura brasileira até os dias de hoje, Luiz
Gonzaga era filho do lavrador e sanfoneiro Januário José Santos e de Ana
Batista de Jesus, agricultora e dona de casa.
Veio ao mundo dividido entre a enxada e a sanfona. Foi observando
seu pai animando bailes e consertando velhas sanfonas, que lhe
despertou a curiosidade por tal instrumento. Ainda garoto ele fazia
questão de acompanhar seus pais às festas onde podia tocar por mais
tempo, diferente dos outros garotos de sua idade que queriam ir para se
divertirem, Luiz Gonzaga gostava era de ficar no palco tocando com seu
pai e demais músicos.
Aos 16 anos Gonzaga já era conhecido no Araripe e em toda
redondeza e com 17 anos apaixonou-se por Nazarena, porem teve o seu
namoro repelido pelo coronel Raimundo Deolindo, o pai da jovem. Chegando
em casa levou
uma surra de seus pais e revoltado fugiu de casa ingressando no
exercito em Crato, Ceara. Apartir dali servindo ao exercito como o
soldado de numero 122, viajou Gonzaga por vários estados brasileiros.
No ano de 1939 saiu do exército e foi morar no Rio de Janeiro,
homem simples não tinha vergonha de se apresentar com sua sanfona na rua
e foi assim, longe dos holofotes, longe dos palcos que ele começou sua
carreira, mas seu talento era muito grande e logo começou a participar
de programas de calouros e no programa de Ary Barroso na Rádio Nacional
finalmente ganhou o primeiro lugar com sua música Vira e Mexe. Já nesta
época Luiz Gonzaga atraia a atenção das pessoas, já tocava bem melhor,
sua voz inconfundível dava nova tonalidade às canções e o ritmo não
deixava ninguém ficar parado e tudo isto despertava a atenção das
pessoas que começava já a chegar também nas rádios.
No ano de 1943 ainda na Rádio Nacional começou a se vestir de
vaqueiro nordestino e começou a parceira com Miguel Lima, transformando a
música Vira e Mexe em Chamego que obteve bastante sucesso,
recebendo nesta época o apelido de Lua do amigo Paulo Gracindo. Com
Miguel Lima ele compôs várias músicas de sucesso, como Dança Mariquinha,
Cortando Pano, Penerô Xerém, Dezessete e Setecentos gravados pelo
sanfoneiro e cantor alcançando bastante sucesso.
Depois começou a parceria com Humberto Teixeira e os dois
compuseram sucessos como Baião, Meu Pé de Serra, Juazeiro e Mangaratiba,
Paraíba, Baião de Dois e uma das mais bonitas canções da música
brasileira, Asa Branca. Esta música tornou-se praticamente um hino do
povo sofrido do nordeste brasileiro.
Casou-se em 1948 com Helena das Neves quando já tinha assumido a
paternidade de Gonzaguinha, seu filho com a cantora Odaléia. Já no ano
de 1950 fez parceria com Zé Dantas e fizeram grandes sucessos como A
Volta da Asa Branca e Cintura Fina. Depois deste ano, começou novamente a
fazer shows pelo interior do país continuando muito popular. Neste
período Luiz Gonzaga já era bem mais conhecido e seus shows estavam
sempre cheios, por onde passava o sucesso era garantido.
Depois da morte de Zé Dantas, fez parceira com Hervê, Cordovil,
João Silva e outros, gravando Triste Partida um dos seus grandes
sucessos, ganhou o apelido de Rei do Baião dos cidadãos paulistas e até
hoje é conhecido como tal. Luiz Gonzaga, o Rei do Baião, não parou mais
de fazer sucesso e se tornou um dos artistas mais conhecidos e
respeitados do Brasil.
Nos anos oitenta Gravou novamente Asa Branca com cantores de
grande sucesso como Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho, Milton
Nascimento e outros, conseguindo alavancar ainda mais sua carreira. Ao
todo, Luiz Gonzaga conseguiu gravar em toda sua vida cinquenta e seis
discos compondo mais de quinhentas canções de grande sucesso nacional.
Recebeu no ano de 1984 o primeiro disco de ouro com o Danado de Bom,
outro grande sucesso.
No dia 2 de agosto de 1989 às cinco e quinze da manhã morreu o Rei
do Baião, depois de quarenta e dois dias internado no Hospital Santa
Joana na cidade de Recife e no seu sepultamento compareceram mais de
vinte mil pessoas que cantaram Asa Branca quando o caixão descia às
quatorze horas e cinquenta minutos do dia quatro de agosto. Uma data que
ficou marcada na vida de muitos brasileiros.
E assim o Brasil perdia um ícone da música popular e ganhava um
mito que viverá para sempre em suas músicas, pois o homem simples soube
cantar a simplicidade do sofrido povo brasileiro e chegou a conquistar a
todos, independente da classe social, Luiz Gonzaga é querido por todos e
sem dúvida alguma o eterno Rei do Baião.
"Gostaria que lembrassem que sou filho
de Januário e dona Santana. Gostaria que lembrassem muito de mim; que
esse sanfoneiro amou muito seu povo, o Sertão. Decantou as aves, os
animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes. Decantou os valentes,
os covardes e também o amor."
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