Em nome do pai, do filho e do Espírito Santo. Amém.
Sentido-me gravemente enfermo, além da pior das enfermidades a velhice, quero deixar alguns esclarecidos e algumas determinações sobre coisas de minha pobre vida.
Estou nas mãos de Deus- Meu pai- e d´Ele aceito alegremente tudo o que ele houve disposto sobre a minha vida.
A ele peço perdão pelos meus enormes pecados e deficiências. “ a ele ofereço a minha morte. Quero que ela seja um ato de amor a santíssima Trindade assim como um ato de total submissão e adoração á sua vontade Soberana. Também de amor a Santa igreja. Tenho muito medo da justiça de Deus, mas tenho uma confiança ilimitada na sua misericórdia Infinita. Sou pobre. O pouco que possuía já foi distribuído. Pouquíssimo resta. Para maior clareza desejo e determino o seguinte:
1)º Na cidade de Bom Conselho, nos fundos da casa paroquial,construí um sobradinho que determinei “ O Quixó” para minha residência. Quero e faço doação deste humilde prédio á SOCIEDADE DE SÃO VICENTE PAULO – “ Casa de São Vicente” que tem personalidade jurídica, para o fim de auxiliar com seus rendimentos ao “Abrigo D.Moura” ou a Casa da caridade de velhos indigentes, que temos conservado e amparado até hoje com as esmolas dos bons paroquianos. Terei o uso fruto enquanto viver e quero que seja inalienável perpetuamente. Conflito no critério justiça do nosso bispo diocesano. No alto da Ermida de Santa Teresinha, num pequeno sitio, junto á capela que tem já seu patrimônio em terra e casas de aluguel, fiz também um sobradinho para residência do Vigário ou do Capelão.do mesmo modo quero que seja incorporado ao Patrimônio da Ermida, com as mesmas condições acima determinada:
2º) Biblioteca: quase desaparecida! Não convém dizer. Restam poucos livros todos eles quero que façam parte da biblioteca do meu irmão mais novo, por um educado – Jorge Pinto Damaso. Quanto porém aos livros eclesiásticos ficarão sob seus cuidados e destinado ao primeiro sacerdote da família que venha a ordenar-se futuramente.
3º) Minha casa: É paupérrima. Nunca me incomodou a falta de conforto. O meu irmão Jorge disponha de tudo como quiser –lembrando –se de deixar cadeiras e camas á casa paroquial. Lembrando –se também do Paulo e da velha Júlia.
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