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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Helen* não conseguia andar de bicicleta nem ficar sentada por mais de 30 minutos num jantar se sentir-se desconfortável. Transar era uma experiência dolorida e traumática. Só passou a ter uma vida normal depois de se submeter a injeções de botox – na vagina!

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Deitada na cadeira da minha ginecologista, levantei a cabeça, tensa, logo que ela inseriu o dedo na minha vagina, para o exame de toque. Tremia de pavor só de imaginar que ela pudesse passar perto da minha área mais sensível – e mais dolorida. Vendo minha careta, ela disse: “Botox. Acho que devemos usar Botox em algumas dessas áreas sensíveis e apertadas para ajudar os músculos a relaxar”. É louca, pensei. Não tem a menor chance de ela chegar perto da minha vagina com agulhas!
Por dois anos, meu antigo ginecologista e eu tentamos resolver o problema dos meus músculos vaginais, estreitos e sensíveis demais, com cremes e pílulas de Valium, que eu inseria na vagina. A cura parecia distante, mas eu não estava só. Um terço das mulheres americanas sofrem de disfunção no assoalho pélvico, uma condição na qual os músculos do períneo e o tecido conjuntivo são extremamente fracos ou, no meu caso, extremamente apertados. Essa condição, em geral, é resultado de ferimentos decorrentes de atividades extenuantes, como pilates, ciclismo e cavalgadas. Ou, como em mim, ter causa desconhecida.
De qualquer forma, eu sabia que já estava na hora de procurar um tratamento mais agressivo. Faltando seis meses para a minha lua de mel, eu tinha esperança de ter uma viagem normal e prazerosa com meu futuro marido. Já tinha comprado um biquíni sexy, estava treinando pesado na academia para deixar o corpo em forma, dobrado a dose dos cremes e hormônios e fazia sessões regulares com uma fisioterapeuta para relaxar meus músculos pélvicos. Mas o sexo na lua de mel ainda não era uma garantia.
Apesar de o meu quadro já não ser mais tão grave como quando comecei os tratamentos, a disfunção ainda interferia seriamente na minha vida. Eu não conseguia ficar mais de 30 minutos sentada jantando com meus amigos que já começava a me mexer como uma criança impaciente esperando ser dispensada da mesa, pois sentia um forte incômodo. Cadeiras duras de madeira, viagens e voos muito longos me deixavam louca de dor – tanto que tive que deixar meu trabalho por não aguentar passar muitas horas seguidas sentada. Eu não podia andar de bicicleta. Não podia usar calcinhas cavadas nem calça skinny – muitas vezes até o jeans me causada uma dor intensa. Tudo afetava meus nervos e minha musculatura sensível.
Mas o pior de tudo era o sexo com meu lindo noivo, que, apesar de seus olhos azuis se transformava num monstro quando prensado na minha virilha. Às vezes, o pênis dele parecia um ferro em brasa dentro de mim. Em outras, regiões que eu nem sabia que existiam latejavam e doíam durante dias depois de uma transa. Não era raro nossas tentativas de sexo terminarem comigo aos prantos e ele correndo para a cozinha para pegar gelo e aliviar minha dor. “Não é justo”, eu chorava com ele. “Tudo o que eu quero é um pouco de sexo, o básico, não precisa ser nada demais.” Só a cada dois meses conseguíamos uma noite razoavelmente agradável. E eu estava certa de que, não importa meus defeitos, eu merecia sexo sem dor. E orgasmos!
Mas por mais que eu quisesse muito substituir meus músculos inválidos por uma versão mais normal, eu não estava preparada para levar injeções e paralisá-los. Eu não seria a primeira a usar o Botox com esse fim, a médica disse. Muito antes de virar uma sensação cosmética contra o envelhecimento, a substância era usada para tratar outras doenças, como enxaqueca. Assim como também já havia ajudado a relaxar os músculos de crianças de que sofrem de paralisia cerebral. Atualmente, está até sendo testado como tratamento para asma. Mas mesmo que o Botox conseguisse relaxar meus músculos pélvicos, eu teria de recorrer a ele a cada três meses – para sempre? E pagar US$ 600 a sessão com pouca promessa de cobertura do meu plano de saúde e nenhuma comprovação da FDA? Isso não me parecia uma perspectiva muito atraente. Mas o que realmente me assustou foi saber que algumas mulheres, após repetidamente se submeterem a injeções, perderem o controle do músculo mais do que o desejado – como na hora de urinar, por exemplo. O que seria pior?
Um dia, lendo em casa uma revista que trazia um artigo sobre o uso do Botox para isso, quase derrubei a taça de vinho quando soube que as vantagens poderiam ser maiores que os riscos ou as desvantagens. Era fato: mulheres que se submetiam ao Botox na vagina sentiam menos dor ou paravam de sentir dor durante o sexo. E eu, que já estava sonhando com os coquetéis de fruta e o mar do Caribe na nossa lua de mel, também ousei pensar que poderia ter uma vida normal, livre da minha deficiência. Então decidi tentar.
Quando cheguei à minha primeira consulta, pensei comigo mesma: “É só mais uma visita normal à ginecologista, exceto com agulhas.” A médica inseria o dedo na minha vagina, procurando os pontos mais doloridos, e, então, dava a injeção. Gritei como uma criança mal criada a cada uma delas. “Pode ser que você não perceba nenhuma alteração pelos próximos dez dias”, disse. “Mas o Botox lentamente vai infiltrar-se em seus músculos. Se funcionar, ele provavelmente vai perder o efeito em três meses e teremos que refazer esse procedimento.”
Em casa, naquela noite, eu estava deitada no sofá sentindo pena de mim mesma quando meu noivo chegou e disse que estava muito orgulhoso da minha coragem. “Estou animado para andarmos de bicicleta e para ver você usar a roupa que quiser.” Depois de algumas semanas, o Botox começou a fazer efeito. Quando fui à fisioterapia, já deu para sentir a musculatura mais solta. “Acho que o Botox pode mudar a sua vida”, me disse a terapeuta.
Ela estava certa. Pela primeira vez senti o sexo como algo leve e convidativo. Nossa lua de mel foi maravilhosa, uma vida lindamente ordinária. Conseguimos transar cinco vezes em dez dias! Para nós isso foi um recorde. Só parei de tomar as injeções dois anos depois, quando descobri que estava grávida. Meu médico não sabe explicar o porquê, mas, depois da gravidez e de ter passado por um parto natural, minha musculatura relaxou-se naturalmente a ponto de diminuir a dor (principalmente na hora de me sentar). Hoje, minha vida sexual raramente é espontânea, mas é muito melhor. Antes de transar, eu esfrego analgésico tópico na vagina e faço uma série de respirações para relaxar. Mas foi o Botox que tirou de mim a mais angustiante das dores e me trouxe o mais perto possível de uma vida normal. Com ele, tive as minhas raras experiências de orgasmo – e elas foram tão intensas que provavelmente acordei os vizinhos.

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